Cães ajudam no tratamento de portadores de deficiências na FO-Araçatuba |
Por Fernando Fortes Picoli |
A Faculdade de Odontologia da Unesp (FO), campus de Araçatuba, está implementando o projeto "Cão cidadão", fruto de uma parceria entre professores e funcionários dos cursos de Odontologia e Medicina Veterinária da Faculdade, que prevê a utilização de cães especialmente adestrados para auxiliar no tratamento de pacientes portadores de deficiências físicas e mentais. "A idéia inicial surgiu por meio da leitura de um artigo na Internet a respeito da pet-terapia, que preconiza a utilização de animais de estimação no tratamento de variados tipos de pacientes", comenta uma das idealizadoras do projeto, a Profa. Dra. Valéria Oliva. Para estudar a viabilidade do projeto em Araçatuba, a docente procurou, na Internet, alguma instituição que desenvolvesse algo parecido. Com pouco tempo de pesquisa, Valéria Oliva obteve resposta da PUC-RS, cujo programa é desenvolvido pela iniciativa privada e vinculado à instituição gaúcha e batizado de "Acrópole". O projeto funciona da seguinte forma: os cães da raça Labrador são usados para ajudar em atividades de terapia grupal em asilos públicos da cidade de Porto Alegre. Os asilos selecionam os pacientes com maiores problemas de relacionamento e depressão e, de duas a três vezes por semana, realizam a terapia convencional em grupo, porém na presença de três cães. A terapia é acompanhada por três psicólogos, um veterinário e o adestrador dos cães. Dessa forma, o cão serve de instrumento para o trabalho do psicólogo. A proposta inicial dos idealizadores do programa em Araçatuba era a utilização dos cães dos próprios pacientes atendidos no Centro de Atendimento Odontológico a Pacientes Especiais - CAOE, porém tendo em vista que seria muito difícil trabalhar com cães não-adestrados, por mais dóceis que fossem, optou-se por seguir o modelo gaúcho e utilizar os labradores. "A utilização dos Labradores como guias de deficientes visuais e em terapias assistidas é mundialmente conhecida, devido ao fato de ser um cão dócil, inteligente e fisicamente resistente, capaz de auxiliar um idoso a caminhar, por exemplo", afirma a Profa. Dra. Valéria Oliva. Oficinas com crianças O projeto em Araçatuba prevê inicialmente a realização de oficinas com crianças não deficientes e, posteriormente, com os pacientes (a maioria crianças) atendidos no CAOE. Os cães podem auxiliar na descontração e diminuição da ansiedade dos pacientes que aguardam atendimento. "Um dos grupos de pacientes que pode ser mais beneficiado com a idéia é o dos autistas, já que o cão pode representar um elo de ligação entre o mundo externo e o interno do autista", explica a coordenadora. O "Cão Cidadão" será realizado na forma de projeto de extensão. O início efetivo está previsto para o início de 2004, com a construção, já aprovada pela Assessoria de Planejamento e Orçamento da Unesp, de um canil para abrigar os "cães cidadãos". Os coordenadores do projeto esperam obter patrocínio da iniciativa privada para a vacinação e alimentação dos animais. Em uma fase posterior, o programa poderá ser estendido para as APAES e hospitais da cidade. Leia mais em: www.unifenas.br/extensao/forum/relacao_poster10.htm |