Atividade de extensão detecta
raiva em |
Por Hélio Langoni |
No dia 20 de agosto de 2003, foi diagnosticado um morcego (quiróptero), macho, adulto, frugívoro, (Artibeus lituratus), positivo para raiva, no município de Botucatu, pelo Serviço de Diagnóstico de Zoonoses (SDZ), do Departamento de Higiene Veterinária e Saúde Pública da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp (FMVZ), campus de Botucatu. O município de Botucatu está localizado na região centro-sul do Estado de São Paulo, nas coordenadas 22º52'20" latitude Sul e 48º26'37" longitude Oeste de Greenwich, e possui uma área de 1,496 mil quilômetros quadrados. Localiza-se na bacia hidrográfica Tietê Médio Superior, onde é drenada pela bacia do Rio Tietê ao norte e do Rio Pardo ao sul. Altitude de 700 a 940 metros no topo da Cuesta, e de 400 a 500 metros no "front" da Cuesta. O animal colidiu com uma janela de um estabelecimento comercial na região urbana do município, provavelmente devido à alteração comportamental do animal. Este foi conduzido, ainda vivo, à Unesp, onde foram identificados gênero e espécie, sendo, em seguida, sacrificado. Foi removido o tecido cerebral e, assim, realizadas as provas diagnósticas de imunofluorescência direta (RIFD), prova biológica (PB) e da reação em cadeia pela polimerase (PCR). Nesta prova (RIFD), do cérebro do quiróptero, pôde se observar grande quantidade de corpúsculos de Negri de tamanhos variados, característicos e didáticos, distribuídos no tecido nervoso de todos os imprints cerebrais realizados. Foi também realizada a prova de imunofluorescência direta da musculatura toráxica, membros anteriores e posteriores, do masseter, além de fígado, baço, coração, pulmão e rins direito e esquerdo. No baço, apresentaram-se raros e diminutos corpúsculos de Negri, enquanto que no rim direito foram encontrados sete corpúsculos em duas lâminas pesquisadas. Os demais órgãos e músculos se apresentaram negativos. A reação em cadeia pela polimerase - transcriptase reversa (RT-PCR), seguida pela nestedRT-PCR, confirmaram o diagnóstico pela amplificação e visualização de um fragmento do RNA viral de 432pb, na RT-PCR, e de 274pb, na nestedRT-PCR (figura 2). Os camundongos inoculados com a suspensão cerebral positiva, desenvolveram paralisia a partir do 7º dia e um deles amanheceu morto no 8º dia, sendo que até o final deste dia, todos haviam morrido (figura 3). O material cerebral de um dos animais, revelou grande quantidade de corpúsculos característicos, fechando-se o diagnóstico para raiva. Agradecimentos aos médicos veterinários Keila Cristina de Lima e Rodrigo Costa da Silva pela realização das provas de biologia molecular. Hélio Langoni é professor da FMVZ-Botucatu, coordenador do NUPEZO e assessor da Proex. |