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Geografic convida docente do IB-Botucatu para orientar documentário sobre morcegos |
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É justamente sobre os raros contatos deles com os seres humanos que trata o documentário Spine Chillers: vampire bats, realizado pela produtora inglesa Granadamedia e exibido, nos EUA, nos dias 27 de fevereiro e 1º de março últimos, pela National Geographic Channel. O programa teve como um de seus assessores científicos o biólogo Wilson Uieda, do Instituto de Biociências (IB) da UNESP, campus de Botucatu. "As pessoas matam morcegos sem se preocupar com a sua importância para o ecossistema", diz Uieda. Especialista em morcegos, Uieda estuda os mamíferos voadores há 20 anos e, juntamente com a bióloga Cláudia Coen, da Cornell University, de Nova York, prestou, de agosto a setembro de 2002, assessoria científica para o documentário. "O objetivo foi mostrar a importância dos morcegos hematófagos para a natureza, mudando a imagem negativa que se tem deles", diz o docente do Departamento de Zoologia do IB. As filmagens foram realizadas em sua maior parte no Brasil, sendo 80%
no Estado de São Paulo, nas cidades de Botucatu, Bernardino de
Campos, Espírito Santo do Pinhal, Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim,
Salesópo Uieda, qualificado no documentário como o maior especialista em morcegos hematófagos de todo o continente americano, salienta que o seu desafio pessoal é mudar aquilo que as pessoas pensam sobre os vampiros. Ele informa que existem, em todo o mundo, ao redor de 1.200 espécies de morcegos, sendo que no Brasil podem ser encontradas cerca de 150. Entre todas as espécies, aproximadamente 70% são insetívoras, ou seja, alimentam-se de insetos, 20% são frugívoras e nectarívoras, que se alimentam, respectivamente, de frutas e néctar de flores, e apenas 10% são carnívoras, piscívoras ou hematófagas. "Há três espécies hematófagas, duas se alimentam do sangue de aves e apenas uma - a Demodus rotundus -, do sangue de mamíferos, tais como bois, cavalos, porcos, cachorros e até mesmo do homem", conta. O relevante papel dos morcegos para o ecossistema pode ser constatado com os morcegos frugívoros e nectarívoros, importantes pela manutenção das florestas e pelo reflorestamento de áreas desmatadas, fazendo a polinização e a dispersão de sementes. "Os insetívoros são responsáveis pelo controle da população de insetos como mosquitos, besouros, gafanhotos e mariposas, desempenhando função importante no controle de algumas pragas agrícolas", explica Uieda. No Estado de São Paulo, as ocorrências de ataques de morcegos
hematófagos a seres humanos são muito raras. Já na
região amazônica, elas sã Os vampiros são temidos não só pelos ferimentos que podem ocasionar, mas também pela possibilidade de transmissão da raiva, doença transmitida por morcegos contaminados com o vírus. "A única maneira de combater esse mal é a prevenção. Ele não tem cura, portanto, os criadores devem vacinar seus animais, além de solicitar ao serviço público o controle da população do morcego hematófago", recomenda Uieda. |
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