Seminário
da FCL-Araraquara discute novos caminhos para o sistema educacional brasileiro |
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O I Seminário sobre Cultura Escolar, realizado pela Faculdade de Ciências e Letras da Unesp (FCL), campus de Araraquara, reuniu profissionais do setor para debater a finalidade escolar como instituição social, a fim de analisar os novos caminhos para o sistema educacional brasileiro. O evento tratou da perspectiva teórica inovadora, que tem fundamentado inúmeras pesquisas na área na última década. Embora o tema seja de interesse cada vez maior dos pesquisadores em educação, ele tem sido abordado pontualmente em alguns eventos de abrangência nacional, em uma ou outra mesa-redonda. Nesse sentido, o evento proposto pela FCL, promovido no período de 12 a 14 de agosto de 2003, no anfiteatro B da faculdade, e organizado pelas professoras Rosa Fátima de Souza e Vera Teresa Valdemarin, vem preencher uma lacuna ao eleger a cultura escolar como temática central de discussão, aglutinando pesquisadores de renome nacional, que têm acumulado uma experiência de pesquisa nessa temática, sendo responsáveis por grupos de pesquisa, formação de pesquisadores em nível de pós-graduação e pela difusão dessa perspectiva de investigação no Brasil. Nos últimos anos, a relação entre educação e cultura tem estado no centro dos debates educacionais, seja nos debates políticos sobre a melhoria da qualidade do ensino em que se destaca a transmissão da cultura como especificidade das instituições educativas, seja na produção da pesquisa em educação buscando interpretações sobre o fenômeno educativo especialmente sobre o funcionamento interno das escolas. É nesse contexto que emerge o conceito de cultura escolar como categoria de análise. De fato, os estudos em cultura escolar têm significado um alargamento do campo da Educação. Os estudos realizados no contexto das revisões críticas da produção na área, nas duas últimas décadas, têm buscado construir uma interpretação mais qualitativa da vida escolar configurando-se como conceito multifacetado de enorme potencialidade explicativa. Muitas têm sido as acepções atribuídas ao termo podendo destacar duas vertentes: a compreensão da cultura escolar como o conjunto dos conhecimentos, saberes, conteúdos cognitivos e simbólicos, selecionados para serem transmitidos pelas escolas e, de forma mais abrangente, como o conjunto das características próprias da vida escolar - os ritos, a linguagem, as teorias, as normas, as práticas - formas de agir e pensar, mentalidades e comportamentos - sedimentados ao longo do tempo. Dessa maneira, o termo tem adquirido acentos diversos e motivado inúmeras pesquisas no campo educacional envolvendo abordagens antropológicas, sociológicas, filosóficas, históricas e pedagógicas. A questão da cultura escolar põe em destaque a transmissão da cultura nas instituições educativas, dessa maneira ela re-atualiza o debate fundamental sobre as finalidades da escola enquanto instituição social. Na década de 1980, esse debate político efetuou-se em torno das premissas da pedagogia histórico-crítica e da pedagogia libertária. Tal debate arrefeceu na década de 1990, enfraquecido por vários motivos: as reformas curriculares implementadas pelo Ministério da Educação, o alargamento da discussão em torno do neoliberalismo e globalização e o debate pedagógico em torno do construtivismo, entre outros. Nesse sentido, o termo repropõe em novas bases a discussão sobre política cultural pela educação. Trata-se de um redimensionamento da problemática político-pedagógica em torno da seleção dos conteúdos de ensino, da inovação curricular e das questões sempre atuais do processo ensino-aprendizagem vinculadas ao sucesso e fracasso escolares, qualidade e democratização da educação. Outrossim, da perspectiva da produção da pesquisa em educação, a força interpretativa do termo cultura escolar advém da possibilidade de agregar conhecimentos de outros campos que confluem para uma compreensão mais rica e, possivelmente, mais fiel da escola recortando abordagens históricas, antropológicas, filosóficas e sociológicas. Um olhar de conjunto sobre essa multiplicidade de interpretações sobre a cultura escolar torna-se necessário para o enriquecimento, aprofundamento e avanço tanto do debate educacional quanto da produção da pesquisa em educação. Para tanto, o evento procura promover o diálogo entre diferentes abordagens e entre diferentes grupos de pesquisa que têm a temática como eixo central de trabalho. Tal diversidade está contemplada na programação de cinco mesas-redondas conforme programação anexa. Para participar de cada uma delas, foram convidados pesquisadores de renome nacional cuja qualidade da pesquisa e experiência na área poderão contribuir muito para a discussão em pauta. Para o encerramento dessa reunião científica foi programado um debate com alguns convidados que se comprometeram a participar de todo o evento. A finalidade desse debate é promover um balanço crítico e de conjunto da temática proposta e coligir interpretações. Programação 12 de agosto Manhã (9 horas): Mesa redonda 1: Conhecimento e Experiência:
vicissitudes da cultura escolar Tarde (14 horas): Mesa-redonda 2: Cultura Escolar: os desafios da escola
básica 13 de agosto Manhã (9 horas): Mesa-redonda 3: A cultura escolar na historiografia
da educação brasileira Tarde (14 horas): Mesa-redonda 4: Cultura escolar e práticas
de leitura 14 de agosto Tarde (14 horas): Mesa-redonda 5: Cultura Escolar e Imaginário Tarde (16:30): Debate: Cultura Escolar e Produção da Pesquisa
em Educação |
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