Conjuntivite: fique de olho
Docente do Departamento de Oftalmologia da FM-Botucatu
explica o que é a doença e como evitar sua transmissão
Por Suzana Fonseca

O número crescente de pessoas com conjuntivite no Estado de São Paulo tem chamado a atenção da população nos noticiários, que divulgam, a cada dia, mais casos da doença. A prevenção é ainda a melhor opção para evitar a doença. Mas para quem já pegou, alguns cuidados podem evitar a piora dos sintomas e a transmissão para outras pessoas.

Logo do Departamento de Oftalmologia da Faculdade de Medicina de Botucatu - FMBDe acordo com Amélia Kamegasawa, docente do Departamento de Oftalmologia da Faculdade de Medicina de Botucatu - FMB, a conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva, membrana delicada que recobre a porção branca do olho e a parte interna das pálpebras. "Ela pode ser causada por bactérias, vírus, fungos ou substâncias químicas", explica dra. Amélia. Segundo a médica, a maioria dos casos atendidos atualmente é causada por vírus.

"A doença geralmente é benigna, não deve ocorrer diminuição da visão, e na maioria das vezes é curada sem medicação", revela dra. Amélia. "Mas a pessoa tem que tomar alguns cuidados de higiene ocular, como limpeza e compressa fria", aconselha.

Além destes cuidados, outros também são indispensáveis: não usar maquiagem, não esfregar os olhos, trocar a fronha do travesseiro todos os dias, lavar bem as mãos, não utilizar toalhas de uso comum, evitar ambientes aglomerados. "E não se esquecer de lavar as mãos quando tocar nas de uma pessoa com conjuntivite", lembra a médica. Outro cuidado: afastar-se do trabalho para evitar que outras pessoas peguem a doença.

Sintomas

Segundo dra. Amélia, os sintomas da conjuntivite são lacrimejamento excessivo, vermelhidão, desconforto em locais iluminados, inchaço das pálpebras, sensação de areia nos olhos. Quando é causada por bactérias, ocorre secreção purulenta - os olhos ficam grudando. "Ao sentir estes sintomas, a pessoa deve procurar um serviço de saúde", ressalta.

Olho de paciente com conjuntiviteO tempo de recuperação varia conforme a causa da doença. "Como as conjuntivites virais são as mais freqüentes no momento, a pessoa deve melhorar em torno de duas semanas", garante dra. Amélia.

Epidemia é a mais grave dos últimos 20 anos

De acordo com informações divulgadas pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), a epidemia de conjuntivite que se espalhou pelo país é a mais grave dos últimos 20 anos.

No Estado de São Paulo, o número de casos diagnosticados até a segunda quinzena de abril era de 181.759 - tendo já ultrapassado Santa Catarina, onde a epidemia começou, no Carnaval. Somente na capital, do início de fevereiro até a primeira semana de abril o total de infectados era de 66.885.

Outros Estados também preocupam: Santa Catarina registrou 57.121 casos; Paraná, 23.226; em Mato Grosso do Sul são 19.452 pessoas que já pegaram a doença; no Ceará foram 1.466 e Mato Grosso teve 48 casos.


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