O Instituto de Química da Unesp (IQ), campus de Araraquara, inaugurou, recentemente cinco importantes obras no valor aproximado de R$ 900 mil. Durante a Sessão Extraordinária da Congregação, presidida pelo Magnífico Reitor Prof. Dr. José Carlos Trindade, foram apresentados os projetos motivadores das construções aos convidados presentes, entre eles o Diretor Científico da FAPESP, Prof. Dr. José Fernando Pérez.

O primeiro projeto apresentado foi o Laboratório de Tratamentos de Resíduos Químicos, coordenado pela Profa. Dra. Mary Rosa Rodrigues de Marchi Santiago da Silva. A obra teve como projeto motivador a “Implementação do Programa de Gerenciamento de Resíduos Químicos do Instituto de Química – UNESP”, financiado pela FAPESP através do Programa Infra 2001, com o valor total do projeto de R$ 84mil e U$4mil.

A Profa. Mary Rosa já vinha coordenando o projeto de gerenciamento de resíduos do IQ, implantado há 2 anos. Também com recursos da FAPESP, ela já havia conseguido organizar o depósito de resíduos químicos, e faltava o laboratório de tratamento. A obra no valor de R$ 48 mil, constou da adequação de uma edificação, já existente ao lado do Depósito de Resíduos, que era utilizada como depósito de inservíveis. Com isso, o IQ conseguiu reformar esse barracão, fazendo as adequações para transformá-lo em laboratório. O restante, a professora Mary vai utilizar para equipar o laboratório que, segundo a Profa. Dra. Elizabeth Berwerth Stucchi diretora do IQ, é muito importante, porque será utilizado como laboratório multiusuários, ou seja cada grupo gerador de resíduos vai utilizar esse laboratório mediante normas propostas pela Comissão de Administração. Isso permitirá que a atividade de tratamento de resíduos, atualmente realizada nos próprios laboratórios de pesquisa, seja feita em local mais apropriado para este fim. Durante a apresentação da Profa. Dra. Mary, foi colocado outro aspecto importante desse projeto que é a formação de recursos humanos com sensibilidade para a questão de descarte e tratamento de resíduos químicos, desafio presente na conjuntura industrial do país frente à legislação ambiental.

O Centro de Monitoramento e Pesquisa da Qualidade de Combustíveis, Petróleo e Derivados - CEMPEQC-, foi também apresentado à comunidade pelo seu coordenador o Prof. Dr. José Eduardo de Oliveira.Trata-se de um projeto importantíssimo para o Instituto, cujas atividades tiveram início em abril de 2001 , através de um Contrato com a Fundunesp mantedora do Convênio junto à Agência Nacional do Petróleo -ANP. Os trabalhos da equipe têm sido provisoriamente realizados em Laboratórios adaptados e as novas instalações serão inauguradas em 2003. No CEMPEQC são monitorados 1369 postos de combustíveis, distribuídos em 225 municípios de 10 regiões do centro oeste do Estado de São Paulo

O Núcleo de Desenvolvimento de Métodos de Análises de Combustíveis, coordenado pelo Prof. Dr. Nelson Ramos Stradiotto, foi construída também com recursos do Fundo Nacional do Petróleo – CTPETRO, obtida junto ao Ministério de Ciência e Tecnologia, através da FINEP. Com o Projeto motivador “Contaminantes Orgânicos e Inogânicos em Combustíveis Automotivos” no valor total de R$1.393.723,35, foi possível construir o prédio de 300m2 no custo de R$356.588,13, onde estão instalados Laboratórios específicos para o desenvolvimento de novas metologias analíticas. “É importante citar que os projetos aprovados neste edital da FINEP foram associados àquelas unidades proponentes que já realizavam Monitoramento de Combustíveis. Com isso nós conseguimos, sem onerar o orçamento da universidade, ampliar a nossa área prestando um serviço fundamental para que o Brasil consiga autonomia na questão dos combustíveis, sobretudo na qualificação dos produtos que são oferecidos aos consumidores”, explica a profa. Elizabeth.

Coordenado pelos Professores Doutores Younes Messadeq e Sidney José Lima Ribeiro, o Projeto “Desenvolvimento de Fibras Ópticas para Amplificadores Operando na Banda S” deu origem à edificação para abrigar a Torre de Puxamento de Fibras Ópticas. A Torre, que hoje custaria aproximadamente U$ 1,5 milhões, foi doada ao Instituto pela Telebrás, quando foi fechado o seu Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento em Campinas. Outros centros de pesquisa que trabalham com vidros e sobretudo com fibras ópticas também tinham interesse na torre, mas graças aos esforços do Prof. Younes a Torre ficou para o I.Q . Entretanto, era necessário uma edificação de 12m de altura que foi viabilizada com recursos de receita própria obtidas pela equipe do Prof. Younes através da organização de congressos e do convênio com a Ericsson Telecomunicações S.A. no valor total R$520mil. Parte desse recurso foi aplicado nessa obra (R$ 80 mil), o restante do projeto está sendo aplicado em equipamentos e pessoal contratado específico para trabalhar nesse projeto. “É importante ressaltar que atualmente essa é a única torre destinada à pesquisa instalada na América Latina”, informa a Profa. Elizabeth.

O Centro Multidisciplinar de Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos é um dos Centros de Excelência (CEPIDs) selecionados pela FAPESP para receberem financiamento por dez anos. Tendo como coordenadores os professores Élson Longo (UFSCar) e. José Arana Varela (IQ/UNESP), o centro foi formado tendo como estrutura básica o Laboratório Interdisciplinar de Eletroquímica e Cerâmica da UFSCar. A equipe é composta de quatro grupos: LIEC-DQ-UFSCar, LIEC-IQ-UNESP-Araraquara, Grupo de Supercondutividade e Magnetismo (GSM) do DF-UFSCar e Grupo de Crescimento de Cristais e Materiais Cerâmicos do IFSC-USP-São Carlos, além de professores e pesquisadores do DEMa-UFSCar, Departamento de Educação-UFSCar e IPEN (Instituto de Pesquisa Energéticas e Nucleares).

Para a Profa. Elizabeth, este é um projeto de extrema importância para o IQ, não pelo valor da obra em si, mas pelo selo de qualidade que o mesmo imprime as atividades do grupo de pesquisa, pois venceu num edital da FAPESP concorrendo com mais de 100 projetos onde foram selecionados 10 finalistas a partir de uma rigorosa seleção de especialistas internacionais. Importante destacar neste caso que a obra no valor de R$318.383,29 foi realizada com recursos orçamentários da Unesp como contra partida exigida pela FAPESP durante o processo seletivo.

Durante a Sessão Extraordinária da Congregação, a diretora do IQ, disse que o que foi apresentado é apenas uma mostra bastante representativa de nosso potencial e de nossa capacidade de trabalho em equipe. “Estamos entre as menores unidades universitárias da Unesp, recebemos uma das menores cotas de custeio da universidade, mesmo assim temos envidado nossos esforços para captação de recursos extra-orçamentários, tanto que tivemos o reconhecimento da Reitoria, ao recebermos o troféu de Honra ao Mérito como a unidade que mais captou recursos em 2001”, aponta a Professora.

O Diretor Científico da FAPESP, Prof. Dr. José Fernando Pérez, disse que se sente orgulhoso em saber que a fundação participa da maioria desses projetos, e também elogiou a iniciativa da Unesp em dar a contrapartida aos financiamentos do projeto CMDMC, ressaltando que é isso que ela espera das universidades.

Também ficou entusiasmado em constatar a preocupação, por parte dos coordenadores, com a responsabilidade social da universidade. O Reitor da Unesp, Prof. Trindade, também ficou feliz em saber que a Universidade contribuiu com uma certa fração desses projetos. “Esta é uma reunião excepcional que traduz toda a pujança do Instituto de Química no papel social da Unesp”, afirmou o reitor.

A Profa. Elizabeth explicou que, “num instituto como este, a direção tem apenas que trabalhar como articulador e facilitador das ações dos professores e alunos, as quais tem sido apoiadas irrestritamente pelo nosso pessoal técnico-administrativo”.

Concluindo, os projetos apresentados e as obras inauguradas, são exemplos resultantes da combinação de esforços no binômio Pesquisa&Extensão que refletem diretamente na melhoria das condições de Ensino.