Horário
de verão afeta o organismo
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a primeira semana das mudanças no horário de verão, afirma bióloga da UNESP |
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O horário de verão teve início na metade de novembro de 2002, quando o relógio foi adiantado em uma hora. A idéia do governo é reduzir o consumo de energia, já que, nos meses de verão, a luz do sol vigora por mais tempo. Mas será que o organismo humano se adapta de imediato ao ajuste compulsório dos ponteiros do relógio, tanto quando se inicia e quando termina o horário de verão? Segunda a bióloga Miriam Mendonça Morato Andrade, professora do Departamento de Ciências Biológicas da Faculdade de Ciências e Letras da UNESP, câmpus de Assis, o nosso organismo funciona de acordo com um relógio biológico, uma parte do sistema nervoso que determina os horários nos quais o corpo sente sono, fome, cansaço e os momentos de maior disposição física e mental. "O hormônio cortisol, que é liberado no organismo antes do indivíduo despertar, tem a função de prepará-lo para as atividades do dia. Uma alteração forçada no ritmo biológico de cada um provoca uma série de problemas de ordem física", explica Miriam Andrade, que é especialista em Cronobiologia. A conseqüência imediata do horário de verão ou do término dele é o desajuste do relógio biológico. Enquanto o organismo não se adapta ao novo horário, o indivíduo se sente mais sonolento e, em decorrência disso, aumenta o cansaço, diminuindo a atenção. Esses fatores determinam a diminuição do rendimento no trabalho, na escola e no cotidiano em geral. Para a maioria das pessoas, o prazo para o organismo se adaptar ao horário de verão é de uma semana. No entanto, há quem não se adapte. Pessoas cujo rendimento é maior no período noturno, chamadas notívagas, costumam demorar mais para se adaptarem. Além de sono e cansaço, é comum a queixa de alteração nos horários de alimentação e de dormir. Para a professora Miriam Andrade, a alteração forçada do organismo traz mais prejuízos do que benefícios. "Na maioria dos casos, o sono, o cansaço e a desatenção acabam passando, porém, a alteração forçada deixa um saldo negativo em termos econômicos, uma vez que podem levar a pessoa a se envolver em uma série de incidentes". Entre os custos gerados, a professora cita os gastos com combustível, no caso de congestionamentos provocados por colisões, e com hospitais, entre outros. No Brasil não há estatísticas sobre os prejuízos causados pelo desajuste do relógio biológico, mas o estudo de um psicólogo da Universidade de British Columbia, EUA, dá conta que os acidentes de trânsito aumentam 8% no dia seguinte à implantação ao horário de verão. Outro estudo, da Sociedade Canadense do Sono, relata que a falta de atenção contribui para 90% de todos os acidentes de trânsito. Um estudo americano fala que a sociedade daquele país arca com um custo anual de U$ 3,55 bilhões decorrentes dos acidentes de trânsito provocados por desatenção. Onde encontrar: Miriam Mendonça Morato
Andrade - FCL - Assis |
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