Docentes da FCT-Presidente Prudente
criam sistema |
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Novo sistema já agrega 16 cidades
do Interior de São Paulo e possui uma base de dados que pode orientar no desenvolvimento de políticas públicas |
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Por Thiago Nassa | |
Os professores Everaldo Melazzo e Sérgio Braz Magaldi, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Unesp (FCT) e do Grupo de Pesquisa "Sistema de Informação e Mapeamento da Exclusão Social para Políticas Públicas" (SIMESPP), campus de Presidente Prudente, juntamente com uma equipe multidisciplinar que conta com 9 docentes de 4 departamentos, desenvolveram um sistema de informação e mapeamento da exclusão social para políticas públicas voltado para cidades de médio porte. Trata-se do SisGeo, uma ferramenta que possibilita analisar processos de exclusão social em áreas urbanas e compreender as desigualdades sócio-espaciais a partir de indicadores de qualidade de vida, além de construir, desenvolver, aplicar e avaliar metodologias e tecnologias de mapeamento. Com isso, é possível qualificar processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas públicas locais e regionais. Segundo o professor Magaldi, o sistema permite fazer busca detalhada e cruzar informações. "A consulta pode ser feita por renda familiar, idade, sexo, grupos sociais, indicadores ambientais, condições sanitárias, escolaridade etc, em diferentes escalas intra-urbanas", explica o docente. Além disso, este mapeamento detalhado pode ter uma série de aplicações práticas no que diz respeito às políticas de gestão pública. "O sistema pode ser usado por prefeituras, ONG's, órgãos públicos, conselhos municiais e estaduais, associações de bairro e governos em geral, entre outros. Os gestores, portanto, terão mais condições para a tomada de decisão e, com isso, desenvolver programas e projetos que contemplem as necessidades específicas da população", complementa Melazzo. O projeto desenvolvido na FCT é de caráter interdepartamental e interdisciplinar teve inicio com uma experiência bem sucedida que resultou, em 1997, na elaboração do primeiro "Mapa das Áreas de Exclusão Social de Presidente Prudente". Novos indicadores sociais foram sendo agregados a cada nova edição do mapa. A versão 2003 do Mapa da Exclusão/Inclusão Social de Presidente Prudente conta com 66 indicadores sociais. "Estes mapas vem se constituindo num importante instrumento para o planejamento, uma vez que orientou a implantação de vários programas municipais, tais como o Renda Mínima, o Criança Cidadã e o Saúde da Família", comenta Magaldi. Atualmente, o sistema possui, em sua base dados, informações da exclusão social de 16 cidades do Interior do Estado de São Paulo, incluindo Presidente Prudente. A escolha recaiu nas cidades onde a Unesp está instalada. São elas: Araraquara, Rio Claro, São José dos Campos, Botucatu, Guaratinguetá, Assis, Ourinhos, São José do Rio Preto, Jaboticabal, Marília, Bauru, Araçatuba, Franca, Dracena, Tupã e Presidente Prudente. "A meta é elaborar mapas de exclusão social para todas as cidades onde a Unesp está instalada, o que permitirá estabelecer relações de aproximação entre os campus e unidades, e entre estes e as comunidades nas quais a Unesp está presente, intensificando intercâmbios de extensão e pesquisa comuns entre grupos que, em geral, atuam de maneira isolada", ressalta Magaldi. Apoio da Fapesp Em 1999, buscou-se junto à Fapesp, por meio do recém-implantado Programa de Políticas Públicas, o apoio para a realização do projeto "Sistema de Informação para a Tomada de Decisão Municipal" (processo no. 98/14010-6). Este projeto foi aprovado e sua primeira fase foi executada entre novembro de 1999 e abril de 2000. A fase 2 também foi aprovada pelo órgão financiador para o período fevereiro de 2001 a julho de 2003. "Neste sentido, vale registrar igualmente o apoio que o projeto tem recebido, desde 1999, da Pró-Reitoria de Extensão Universitária da Unesp (PROEX), por meio de quotas de bolsas de extensão e recursos para material de consumo", informa Magaldi. A base de dados já coletada dá sustentação a um sistema de informações municipais de caráter intersetorial. O sistema, batizado de SisGeo (Sistema de Indicadores Sociais Georeferenciados), procura, desde então, ampliar sua eficácia, através da incorporação progressiva de um conjunto crescente de situações e variáveis relativas às condições sócio-espaciais de vida da população em geral. As informações são atualizadas, analisadas, comparadas e cartografadas por setor censitário (IBGE), o que permite detalhá-las, refiná-las e integrá-las, contribuindo para a interpretação qualificada do espectro das manifestações das desigualdades sócio-espaciais e, assim, facilitar a formulação e a apresentação de soluções em políticas públicas municipais. "O sistema, portanto, permite o enfrentamento e a minimização das principais demandas sociais, como infra-estrutura, equipamentos e serviços urbanos, saúde, educação, habitação, lazer, cultura, transporte, meio-ambiente", aponta Melazzo. O projeto também prevê e já iniciou a implantação de um Comitê Decisório, instância consultiva e propositiva, onde as instituições, órgãos e agências parceiras são chamados a participar, opinar e avaliar de forma regular e freqüente sobre o andamento dos trabalhos. "Além disso, o desenvolvimento deste projeto contribui para a formação e capacitação de recursos humanos em nível de graduação e pós-graduação, aptos para a organização, processamento e análise de dados sócio-ambientais, bem como manuseio de sistemas de informação geográfica. Tal situação já é uma realidade nestes últimos quatro anos, em que se somam ações diversificadas deste grupo de docentes, que vêm consolidando e estreitando relações entre a universidade pública, as esferas de ação do Estado e a sociedade civil organizada", finaliza Magaldi. Visite a página do Simespp: www.prudente.unesp.br/simespp/simespp.htm |
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