Acidente
infantil é problema de saúde pública |
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Pesquisadora
de UNESP aponta falta de prevenção desses acidentes, às vezes banais, e propõe a adoção de procedimento preventivo |
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Entre os acidentes infantis, a queda da cama ou do trocador de fraldas, por exemplo, figura entre as primeiras causas de morte acidental. Também é responsável pela maioria dos traumatismos crânio-encefálicos em crianças. Em um estudo anterior, a pesquisadora já observara, durante o atendimento pediátrico em um Centro de Saúde, mães afastarem-se de seus bebês, deixando-os em situação de perigo para quedas. Por esse motivo, a professora Sandra decidiu focar seus estudo nas quedas acidentais. A pesquisadora examinou os números da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e verificou que, no período de 1985 a 1993, a instituição registrou 2.916 mortes infantis por acidentes no Estado de São Paulo. "Esses números, porém, são subestimados, pois as mães receiam dizer que a morte foi acidental e as estatísticas oficiais são deficientes." Método - Em sua tese, a docente trabalhou com 58 díades (mãe e bebê), usuárias do Setor de Pediatria de um Centro de Saúde Público da Capital, divididas em dois grupos controles e dois grupos de intervenção, com base nos cuidados que dispensavam às crianças em relação à proteção para quedas. Para isso, realizou plantões diários no Setor, entrevistou as mães e registrou em vídeo os cuidados com os filhos durante a pré-consulta. A intervenção no comportamento, proposta com vistas a prevenir quedas, foi então realizada pela pesquisadora. Os grupos foram orientados verbalmente, com o auxílio de cartazes com fotos e folhetos. Os folhetos, que elas podiam levar para casa, continham importantes informações para a prevenção de acidentes:
Para verificar o resultado da intervenção, todas as mães foram observadas em outras visitas ao Centro de Saúde, e algumas também na residência, onde foi filmado o procedimento materno na hora do banho do bebê. Assim, foi possível observar que durante a intervenção, quando as mães recebiam o cartaz com fotos, as mais zelosas tendiam a focalizar mais o bebê da ilustração, já as mais desatentas, se detinham na figura da mãe. Outra constatação diz respeito à percepção das mães em relação a situação de perigo, como fator importante na prevenção da queda acidental. "Esta percepção é característica de determinado grupo", diz a pesquisadora da UNESP. Exatamente entre o grupo das mães mais zelosas, 60%, foram capazes de admitir que acidentes poderiam ocorrer com seus filhos, contra 35,7% do grupo das desatentas. Os resultados permitiram concluir que, após o trabalho de intervenção no comportamento, as mães descuidadas foram orientadas e modificaram a forma de cuidar dos bebês. "Elas tornaram-se mais cuidadosas e mantiveram a mudança nos meses em que foram reavaliadas". De acordo com a professora Sandra, esse trabalho também permitiu verificar que a adoção de medidas de prevenção contra acidentes infantis é viável. "Ele independe de mais recursos e de tempo nas instituições de saúde pública." |
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